terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O escândalo do Desemprego



 

Gerson Peres
Professor, advogado e político

 

            Recentemente, o IBGE publicou o mais novo processo para pesquisa sobre a queda do emprego e a subida do desemprego no Brasil inteiro. Os percentuais variados classificados são mais numerosos. Retratam, no final das contas, tabuladas e dimensionadas, “apenas para o período de janeiro 2012 a junho de 2013” percentuais de centenas de milhares de domicílios e de municípios do país. O desemprego entre nós é uma chaga crônica, assim estabelecida, por causa de vários fatores fundamentais que contribuem que, desse modo, permaneça no Brasil. O índice divulgado do desemprego deu uma subida de 5,5% para 7,4% que superam o dos Estados Unidos que vem se recuperando de grave crise econômica financeira. Entre as causas fundamentais do desemprego repousam a da inércia do governo e do Congresso Nacional não pactuarem, de imediato, reformas estruturantes. Destaquem-se a tributaria e fiscal que permitam desafogar os setores produtivos, vários deles desintegrados como, por exemplo, o da indústria, fonte básica geradora de empregos, mergulhada no crescente déficit da balança comercial de 105 milhões de dólares. Ora, sua produção estagnada desde 2008 não deixa dúvidas que vive, por isso mesmo, com o grave problema de competitividade nesse importante setor reprodutivo e o indispensável do emprego e renda. Estes são dois fatores de desenvolvimento mal analisados e planejados, prioritariamente pelos que governam a Nação. Indústrias fortes e consolidadas pela inovação para a competitividade são determinantes ao crescimento e desenvolvimento para um país forte, progressista. A questão dos tributos irracionais, desiguais e usurpadores com expansão e, complexa, uma carga tributaria quase 37% do PIB, são, certamente, desculpem-me os economistas o atrevimento, um grande entrave para todas as empresas brasileiras competirem e, consequentemente, se desenvolverem e crescerem, gerando emprego e renda. Paralelamente, com uma reforma política corajosa no sistema democrático de direito, impondo-se regras pragmáticas de controle de receitas e despesas públicas, com mais igualdade, e distribuição equânime para cumprir-se o preceito constitucional da construção de uma sociedade livre, justa e solidaria, garantindo o desenvolvimento nacional e erradicando a pobreza e a marginalização e a redução das desigualdades regionais (art. 3º CF), eliminar-se-ia a injusta distribuição que a União faz, ficando com o grosso do dinheiro e ainda com as benesses de um percentual de cerca de 30% para aplicar, como lhe aprouver, a presidente, no interesse público. Assim, pois, ficam os Estados e todos os municípios num campo de desigualdade injusta, descapitalizados para cumprir o dever constitucional de reduzir os baixos índices de desenvolvimento humano. Por isso e por tantas outras distorções, somos um país desigual entre os Estados. Uns, muito mais ricos. Outros ricos. Outros remediados e outros tantos pobres. Pior ainda, sem pessimismo, é ser ter uma grande fotografia tirada, pelos PNUD Contínuo – IBGE, com 61 milhões de desempregados, um verdadeiro escândalo. Comprovam-se assim fictícios os índices percentuais sempre publicados sobre o desemprego.