quarta-feira, 9 de abril de 2014

Dezoito mil alunos estão sem aula em RO por escola virar abrigo após cheia


Cinquenta e sete escolas públicas estão sendo usadas como abrigos em Porto Velho.




Em Rondônia, quase 18 mil alunos estão sem aulas porque as escolas servem de abrigo para as vítimas da cheia.

O protesto em frente a uma escola pública reúne famílias atingidas pela cheia do Madeira, que moravam nos distritos ao longo do rio.

Elas foram levadas para Porto Velho há dois meses e, desde então, estão abrigadas na escola. Agora, cobram das autoridades uma solução definitiva.

A Defesa Civil montou barracas para os desabrigados em um antigo parque de exposições. Mas até agora apenas três famílias foram para lá. A maioria não aceita as barracas por causa do calor.

“Nós queremos morar num lugar digno, porque nós não quisermos vir para cá, foi a Defesa Civil e o Governo que nos colocou aqui”, afirma o pescador Miquéias Ribeiro de Carvalho.

Alguns pais de alunos que estudam na escola apoiaram o protesto. “Estamos nos meiados de abril, as crianças estudaram uma semana. Não tem condições, vão perder todo o ano”, declara Maria da Apresentação, mãe de aluno.

Ao todo, 57 escolas públicas estão sendo usadas como abrigos em Porto Velho. Para quase 18 mil estudantes, o ano letivo ainda não começou.

Em outro ponto da cidade, os alunos foram para a rua. Eles interditaram pela manhã uma das principais avenidas da capital. Eles querem o retorno das aulas.

"A gente vai estudar até ano que vem sendo prejudicados os nossos estudos. Aí vem Enem, vem ProUni e a gente como é que fica", destaca a estudante Stéphane Bispo.

Segundo a Defesa Civil, a transferência das famílias para a área onde estão montadas as barracas deve começar nesta quarta-feira (9). A Secretaria Estadual de Educação informou que depende disso para montar um novo cronograma e definir uma data para o retorno das aulas.

" A Seduc tem tomado o cuidado de fazer um calendário escolar específico, onde a gente pretende cumprir os 200 dias letivos", explica Nete Assunção, sec. adjunta de Educação - RO.
(JN)